Às
vezes acho que é lixado entrar em loop tantas vezes. Mas de cada vez
consigo sair um pouco mais rápido e ficar de olhos abertos durante a
queda. A ligação com todos os pássaros feridos não é por acaso. Porque
também eu perco a voz, e a razão quando sou confrontada com alguém de
coração fechado e isso é terrivelmente frequente na sociedade em que
vivo. Reconheço que só sei explicar a quem já compreende, não sei lidar
com agressividade a não ser tornado-me cruel e fria, desligando-me dos
sentimentos. E tenho imensa vergonha quando faço isso. Tenho medo de me
tornar o agressor.
Já
não é o outro que me maltrata, agora o agressor sou eu. Quem ainda não
se ouve, ainda não se cuida, ainda não se respeita, ainda não toma tempo
para cuidar de si. Tenho a tarefa de abraçar o agressor em mim. No meu
trabalho tenho olhado para o agressor, a sua história, a sua dor e a
necessdiade de ser amado. Deixa ver se consigo levar isso para dentro e
cuidar do meu agressor interior, do que tem uma vítima de estimação: eu.
E tentar fazer a ponte e criar uma aliança entre estas duas partes
minhas que tentei abafar cuidando só e apenas dos outros, tornado-me a
salvadora: a vitima e o agressor. Tentar que essar partes compreendam
que fazem parte da mesma alma, e não podem viver uma sem a outra.
E
é para cuidar dessa criança que quero aprender a defender-me, a
defendê-la, desdemonizar (esta palavra existe?) a minha parte que se
zanga que se enfurece, que sabe lutar, e como...
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